Medida foi tomada após fabricante descumprir a promessa de instalar airbags para os ocupantes na versão padrão
Texto: Sérgio Dias
O Programa de Avaliação de Carros Novos para a América Latina e Caribe (Latin NCAP) retirou as três estrelas em segurança do Renault Clio, atribuindo-lhe zero estrela para a proteção dos adultos. A medida foi tomada após ser constatado que a produção do modelo foi transferida para a Colômbia sem contar com airbags, nem sequer no modelo com equipamento opcional.
Em 2013, o Renault Clio Mio havia obtido zero estrela para sua versão sem airbags para ocupantes. Como resultado do teste de colisão, a Renault se comprometeu a comercializar apenas o modelo com airbags para motoristas e acompanhantes, instalados como padrão para a América Latina.
Por causa desse compromisso e teste de produção, o Latin NCAP voltou a avaliar o Renault Clio com airbags para motorista e acompanhante, quando o veículo obteve três estrelas.
Após tomar conhecimento do rebaixamento na avaliação do Clio vendido na Colômbia, a Renault se comprometeu a incluir airbags de passageiro e acompanhante em fevereiro de 2016. Mas, por enquanto, o Latin NCAP mantém a classificação zero estrela em relação à proteção dos ocupantes adultos.
No Brasil, procurada, a Renault informou que "não há alteração no Clio vendido no Brasil. O modelo continua sendo produzido na Argentina e traz de série airbag duplo (motorista e passageiro) e freios ABS, cumprindo as exigências do mercado brasileiro".
Alejandro Furas, Secretário Geral do Latin NCAP, destacou que "este é um desenlace extremamente decepcionante para um fabricante como a Renault. Em outros mercados, atingiram as cinco estrelas para seus modelos. Por que não cumpriram sua promessa quanto à segurança dos consumidores da América Latina?".
David Ward, secretário geral do Global NCAP, disse que "o Latin NCAP age de forma certa ao tomar essa decisão sem precedentes, tirando a pontuação da Renault por seu modelo Clio. É muito decepcionante que um fabricante mundial, como a Renault, quebre seu compromisso de melhorar a segurança veicular na América Latina. Especialmente neste momento, durante a década de ação pela segurança viária da ONU, quando os fabricantes deveriam focar em melhorar o desempenho em segurança".
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