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quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Alpha Notícias: Usuários das periferias de São Paulo aumentaram o uso de carro por app




Proteção contra a Covid-19, tempo de deslocamento e comodidade são os principais motivos para a escolha 

Uma pesquisa revelou que os moradores das periferias de São Paulo estão utilizando o transporte por aplicativo com maior frequência (54%) para evitar aglomerações e contaminação pelo coronavírus no deslocamento (46%). 

"Diante de um impacto econômico e social tão grande, vimos a demanda nas regiões periféricas crescer ainda mais. O aumento de viagens realizadas pelos quartis mais pobres das cidades é uma tendência por todo o Brasil", explica Pâmela Vaiano, diretora de Comunicação da 99, responsável pela pesquisa.

Quase um quarto dos entrevistados não conseguiu cumprir o isolamento social no período de quarentena e precisou sair todos os dias para trabalhar (22%). Outros 40% afirmaram já ter voltado efetivamente para as ruas nos últimos quatro meses, o que representa 62% das pessoas entrevistadas já se deslocando pela cidade. 

Para enfrentar essa jornada, muitos deles optaram pelo uso do app da 99, resultando em um aumento de 32% nas viagens realizadas pelo quartil mais pobre da cidade. Por outro lado, ainda entre os meses de fevereiro e agosto, as corridas feitas pela parcela mais rica caiu 42% - o que pode ser explicado pela possibilidade das pessoas com maior poder aquisitivo poderem aderir ao home office. 

Somado a isso, 82% dos respondentes das periferias de São Paulo sofreram impacto econômico significativo em suas finanças e afirmam que passaram a viver mais o próprio bairro, comprando e realizando serviços perto de casa, durante a pandemia. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em maio, o estado de São Paulo apresentou 12,2% de taxa de desocupação no primeiro trimestre deste ano, porcentagem que se compara à média nacional. 

A plataforma investigou a mobilidade urbana durante a pandemia nos bairros periféricos de seis capitais brasileiras e identificou mudanças de comportamento entre os passageiros. Em São Paulo, foram entrevistados usuários de aplicativos nas regiões de Grajaú, Campo Limpo, Capão Redondo, Rio Pequeno, Brasilândia, Vila Nova Cachoeirinha, Carrão, Vila Matilde, Cidade Tiradentes e Guaianases. 

Mesmo diante do aumento da utilização dos apps no dia a dia, os deslocamentos para o trabalho na capital paulistana ainda são realizados majoritariamente por meio de ônibus e de trem/metrô: 42% e 24%, respectivamente. Os carros por app respondem por 35% do uso. 

E, apesar de existir um desejo por meios de deslocamento que otimizem o tempo de locomoção (42%), tragam mais comodidade (32%) e evitem aglomerações (31%), o valor gasto com transporte por trajeto ainda é preponderante na escolha (46%) do transporte para fins profissionais. 

Essa decisão é mais forte ainda entre os moradores do Grajaú e Brasilândia: 47% dos entrevistados consideram o valor do trajeto na hora de decidir seu deslocamento. Os bairros que mais usam app para o trabalho são Carrão e Vila Matilde (40%) e Brasilândia (38%). 

Carros por app para atividades essenciais 

Os carros por app têm sido essenciais na rotina de quem mora na periferia de São Paulo e está vivendo mais os bairros. Dos entrevistados, 51% dizem usar esse modo de transporte para fazer compras essenciais, como mercado, farmácia. Cidade Tiradentes é o bairro com maior uso de app para essa finalidade: 58%. Os aplicativos também são uma das opções mais usadas por aqueles que precisam realizar consultas e atendimentos em hospitais e em dentistas (56%); com destaque para Carrão e Vila Matilde (65%). 

Perfil dos usuários nas áreas de periferia

Dos passageiros que transitam nas áreas pesquisadas em São Paulo, 83% moram com a família, 51% têm filhos e 59% declaram pertencer às classes C, D e E. 

Dos entrevistados, 94% estão utilizando o carro por app: 54% já usavam o serviço e passaram a utilizar mais durante a pandemia, 36% continuam usando com a mesma frequência de antes e 4% não utilizavam e passaram a usar. Grajaú (61%), Carrão e Vila Matilde (58%) são os bairros que apresentaram maior crescimento no uso de app no período. 

Segundo a pesquisa, 59% querem evitar aglomerações, índice ainda maior entre os moradores de Raposo Tavares e Rio Pequeno (68%). Por isso, estão optando pelos carros por app, por fazer mais trajetos a pé e usar carro, como passageiro. 

O carro próprio não é uma opção para a maioria: 60% dos entrevistados afirmam não ter um veículo, com destaque para o Grajaú (70%). E 72% não pretendem comprar um nos próximos seis meses, em que pese haver um desejo pelo uso do automóvel próprio como meio de locomoção (16%), atrás ainda do carro por app (55%) . 

O deslocamento por carro como passageiro, seja de familiares, amigos ou conhecidos, já era utilizado e passou a ser ainda mais durante a pandemia (23% dos entrevistados) . Já a locomoção a pé é feita por 30% dos pesquisados, sendo que 4% afirmaram estar usando mais esta alternativa como meio de deslocamento. 

Como gostariam de se locomover

O carro - próprio ou como passageiro - é um dos meios de transporte mais desejados para se deslocar na cidade. Quando questionados sobre como gostariam de se locomover com mais frequência, 55% dos entrevistados afirmaram que gostariam de usar mais carros ou táxis por aplicativos. Destaque para Cidade Tiradentes e Guaianases, com 61%. 

Já 16% dos entrevistados gostariam de dirigir e 7% gostariam de usar carros de familiares ou conhecidos, como passageiros. 

46% deles afirmaram que o motivo para essa preferência é a segurança em relação ao coronavírus, sendo que os bairros que mais apresentam essa preocupação são Cidade Tiradentes e Guaianases, com 48%. 

Novas formas de consumo

Assim como as formas de deslocamento na cidade, o consumo nas regiões periféricas também mudou com a pandemia. Antes dela, já era comum que moradores realizassem compras em seus bairros, mas esse movimento ganhou ainda mais força. O comportamento pode ser influenciado pela preocupação com o sustento do comércio local, apontada por 94% dos respondentes. 

Segundo os resultados da pesquisa, mais da metade dos entrevistados concentram suas comparas em seus bairros: 55%. Quando comparado ao momento pré-pandemia, é possível notar um aumento de 17%. Além disso, 23% passaram a adquirir serviços dentro do bairro. O número de pessoas que consumia com maior frequência em outros bairros ou dividia suas compras entre eles e onde moram, por sua vez, caiu de 50% para 21% . 

As compras online também ganharam mais espaço na rotina das pessoas e mostram um salto expressivo em todos os bairros. Antes da pandemia, apenas 3% dos moradores costumavam fazer suas compras em lojas online. Durante a pandemia, esse número saltou para 24%. 

O maior aumento de consumo dentro do bairro foi registrado em Cidade Tiradentes: 66% estão fazendo as compras no local onde moram contra 48% antes do isolamento social. Campo Limpo, Capão Redondo e Grajaú registraram o maior índice de quem passou a comprar pela internet: 25%. Antes, o número girava em torno de 2% a 5% da população.

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