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domingo, 6 de dezembro de 2020

Alpha Notícias: Carro popular no Brasil pode ter até mil metros de cabos de energia




Eles proporcionam o funcionamento da maioria dos itens de conforto e segurança
 

Quando se pensa nas partes de um automóvel, é provável que a maioria das pessoas cite o motor, o radiador, a bateria, as rodas e vários outros componentes antes de se lembrar dos cabos elétricos. 

Embora sejam pouco lembrados, os cabos que formam os circuitos elétricos de um carro proporcionam o funcionamento da maioria dos itens de conforto e segurança, sem os quais não conseguiríamos sequer ligar os veículos.

Essa talvez seja a principal semelhança entre os cabos de energia residenciais e os automotivos: conectar dispositivos que proporcionam conforto e segurança para os usuários. As semelhanças, no entanto, param por aí. 

“Tanto os circuitos residenciais quanto os automotivos trabalham em baixa tensão, mas nos veículos a tensão é ainda menor, pois estamos falando em algo entre 24 e 12V em corrente contínua (DC), enquanto nas instalações domésticas temos o 127 e 220V em corrente alternada (AC)”, explica Rubens Campos, gerente comercial do Grupo Prysmian. 

“A seção e o peso dos cabos automotivos também é bem menor, podendo chegar até a 0,13 mm². Você vai encontrar cabos mais grossos, de 10 até 16 mm², somente em circuitos como o da bateria, pois essa é a principal fonte de alimentação do veículo”, completa. 

Numa residência, por outro lado, temos cabos de 1, 1.5, 2.5, 4 e 6 mm² na maioria dos circuitos de iluminação e tomadas, chegando até 16 mm² no caso das entradas que chegam da rede de distribuição da concessória de energia. 

O Grupo Prysmian produz cabos de todos os tipos existentes, importando soluções de outras unidades quando solicitado pelos clientes, que podem ser os sistemistas, também conhecidos como chicoteiros ou as próprias montadoras. 

Os chicoteiros são responsáveis pela montagem dos ‘chicotes’, um conjunto formato por fios, cabos, terminais e conectores que passam por todo o veículo transmitindo energia, é claro, mas também informações e dados. 

“Cada chicote pode ter inúmeros cabos, cuja quantidade vai variar conforme a sofisticação do carro. Um modelo popular pode ter algo entre 800 m a 1 km de cabos, mas um modelo de alto padrão pode facilmente passar dos 3 km de cabos”, explica Rodnei Ancilotto, engenheiro de produto sênior do Grupo Prysmian. 

Essa diferença se deve à quantidade de itens adicionais que um carro de alto padrão possui, como sensores traseiros e dianteiros, câmera de ré, airbags, central multimídia, aquecimento de banco e muitos outros. 

Outra diferença significativa em relação à instalação residencial está na mobilidade. Embora estejam fixados nas estruturas do carro, ao se movimentar pelas ruas e estradas, os circuitos vibram intensamente e por isso precisam ser mais resistentes à abrasão. 

A construção de um condutor automotivo é baseada, internacionalmente, pela norma ISO 6722-1, a ser substituída em breve pela ISO 19642 – adicionalmente, as montadoras costumam complementar essa norma com diretrizes próprias e exigem dos fornecedores a homologação em testes de performance e qualidade para então comprar os componentes. 

A construção dos cabos costuma ser simétrica (A) e assimétrica (B e C) em relação à disposição dos condutores dentro da proteção isolante. A principal finalidade do cabo automotivo tipo A é ter uma espessura de isolamento mais constante, porém, é mais rígido. 

Já os cabos B e C possuem condutores em maior quantidade, tornando-se mais flexíveis. A flexibilidade é importante em cabos com seções maiores, que exigem mais em termos de potência e corrente como os da bateria, que precisam ser maleáveis para serem ajustados nos concorridos espaços do carro. 

“Outro atributo importante de um cabo automotivo é a variedade de classes de temperatura, pois a depender da região onde o circuito será instalado a temperatura pode mudar em poucos centímetros de diferença, como é o caso do motor”, alerta Rubens. 

Já que estamos falando de cabos elétricos, é importante considerar a tendência dos carros elétricos, que já são realidade até mesmo no Brasil, mas ainda pouco conhecidos ou acessíveis aos consumidores em geral. 

O que muda na parte elétrica em um carro desse tipo? O modelo elétrico tem a maioria das comodidades e itens de segurança de um carro convencional à combustão, ou seja, ele tem rádio, vidro elétrico, luz interna de leitura, aquecimento no banco, uma série de circuitos e sensores que tendem a continuar os mesmos em termos de função. 

“Para essa parte convencional, a tendência de mudança está na miniaturização desses cabos, ou seja, seção cada vez menores para conseguir transportar cada vez mais energia e dados ocupando o menor espaço e pesando o menos possível”, avalia Rodnei. 

As maiores mudanças que um carro elétrico traz para os circuitos está justamente no da bateria e do motor, que tendem a transportar uma potência cada vez maior, com tensões maiores comparadas a um veículo tradicional – dos 24V nos convencionais podem ultrapassar os 500V nos elétricos. 

“As partes específicas de bateria e motor vão transportar grandes potências nos carros elétricos, logo, exigirão cabos novos. Eles precisarão receber isolamento e cobertura extras, além de uma camada interna de blindagem. Serão, em resumo, cabos de várias camadas, bastante flexíveis e seções grandes, até 70, 95 e até 120 mm²”, completa Rubens.

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